Ministra conselheira de embaixada obrigava empregada a massagear seus seios

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Via @metropoles | Uma funcionária estrangeira denunciou uma representante da Embaixada do Zimbábue no Brasil por situações de assédio e condições abusivas de trabalho. Segundo o relato, a vítima foi contratada inicialmente como cozinheira, mas passou a prestar serviços íntimos a outra mulher, incluindo massagens nos seios e auxílio em banhos. A jovem também relatou restrições de liberdade e controle de alimentação.

Diante do testemunho, a Justiça do Distrito Federal acatou um pedido de medida protetiva contra a profissional diplomática. A ministra conselheira da embaixada está proibida de se aproximar da vítima a menos de 300 metros e manter qualquer contato com ela por meios físicos ou digitais.

O que se sabe sobre o caso

• Uma medida protetiva foi concedida contra representante da Embaixada do Zimbábue por supostas condições abusivas de trabalho contra uma funcionária.

• A decisão proíbe a representante de se aproximar da vítima a menos de 300 metros e de manter contato, sob pena de prisão preventiva. O caso é investigado, e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi acionado.

• A vítima, contratada como cozinheira, relata que precisou fazer massagens em partes íntimas e que sofreu restrição de liberdade, controle de alimentação e retenção de documentos.

• De acordo com o relato da vítima, ela, inclusive, sofreu impedimentos quando quis ir ao hospital quando estava doente. Após as situações, tentou suicídio e foi socorrida.

Massagem nos seios e gritos por pedaço de pão

De acordo com o testemunho, a vítima foi contratada para cozinhar e limpar a casa do embaixador, mas, na prática, passou a exercer a função de terapeuta e empregada para a conselheira da embaixada. No início, quando chegou sozinha ao Brasil, sua intenção não era trabalhar para os representantes do Zimbábue, mas aceitou o emprego posteriormente.

Ela afirma que era incomodada frequentemente pela agressora, com ligações insistentes e exigência de disponibilidade a todo momento, não importando o horário. A empregada morava na casa da representante do consulado, no Lago Sul.

A mulher solicitava a vítima para várias ações de higiene pessoal, incluindo massagens corporais, que, inicialmente, se restringiam às pernas. Nos últimos meses, teria passado a exigir massagens nas pernas, nas costas, nos seios e até em áreas íntimas, sob o pretexto de que tinha feridas, além de pedir ajuda para tomar banho e aplicar talco em sua virilha.

Questionada sobre sua alimentação, a funcionária disse que, em tese, ela poderia comer na casa. No entanto, certa vez, após pegar um pedaço de pão, ouviu gritos de uma mulher. Haveria fiscalização e controle dos mantimentos ingeridos, o que gerou diversos constrangimentos à vítima.

Também afirmou que nunca ficou trancada dentro de casa, mas que, certa vez, dormiu nas escadas do jardim, aguardando o amanhecer. Seria impedida de sair livremente em algumas ocasiões. A funcionária chegou a ficar seriamente doente três vezes, segundo o relato, sem ter permissão para ir ao hospital.

Em um dos momentos em que acabou ficando enferma após ter uma infecção dentária, só conseguiu ir ao centro médico após ser socorrida por outras pessoas vinculadas à embaixada.

No dia 9 de abril, após as ações de assédio, a vítima ingeriu veneno com o objetivo de tirar a própria vida. Ela passou mal, vomitou, foi socorrida por um motorista de aplicativo e acabou levada ao hospital pelo homem.

A mulher acredita que, diante do episódio, sua chefe teria sido forçada a registrar seu desaparecimento na delegacia. Por fim, indicou que a representante diplomática está de posse de seu passaporte, carteira de identidade, cartão de febre amarela e demais comprovantes de vacinação.

Medida protetiva

O 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Brasília acatou pedido de medida protetiva contra uma representante da Embaixada do Zimbábue no Brasil. A decisão foi publicada no fim da noite da última quarta-feira (16/4).

De acordo com a juíza responsável, a representante do consulado do Zimbábue está proibida de se aproximar da vítima a menos de 300 metros e manter qualquer contato com ela por meios físicos ou digitais. O descumprimento poderá acarretar prisão preventiva. O caso ainda está sob investigação, e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi acionado.

Manifestações

O Metrópoles tenta contato com a Embaixada do Zimbábue no Brasil para receber esclarecimentos. O espaço será atualizado assim que houver resposta da repartição diplomática.

Por Jonatas Martins
Fonte: metropoles.com

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